Dólar fecha em queda após críticas de Trump ao Federal Reserve e aumento das incertezas sobre tarifas comerciais

O dólar apresentou queda frente ao real após novos ataques do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ao Federal Reserve e ao seu presidente, Jerome Powell. Trump criticou duramente a condução da política monetária americana, pressionando por cortes nos juros. A instabilidade também é ampliada pelas incertezas sobre as tarifas comerciais. Esses fatores aumentaram a aversão ao risco entre investidores, impactando a cotação da moeda americana e trazendo maior volatilidade aos mercados.

FundX News

4/23/20252 min ler

the white house is lit up at night
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O dólar registrou queda frente ao real nesta terça-feira (22), pressionado por um cenário externo de maior aversão ao risco. O movimento reflete a reação dos mercados às duras críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Federal Reserve (Fed), além das crescentes incertezas nas negociações comerciais globais.

Pela manhã, o dólar comercial era negociado a R$ 5,801 na venda, com leve baixa de 0,08%. Na B3, o contrato futuro da moeda com vencimento mais próximo também apontava queda de 0,14%, cotado a 5.805 pontos.

As tensões aumentaram após Trump, em declarações recentes, voltar a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, chamando-o de "grande perdedor" e pressionando por cortes mais agressivos nas taxas de juros. Segundo fontes da imprensa norte-americana, o republicano estaria considerando ações para remover Powell do cargo, o que acendeu um alerta sobre a possível perda da independência do banco central dos EUA.

Além do embate político, os mercados também monitoram impasses comerciais entre os Estados Unidos e outros parceiros estratégicos. Rumores sobre entraves nas conversas com a Tailândia e críticas da China à política tarifária americana intensificam a percepção de instabilidade econômica global. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de divisas, caiu para 98,117 — seu menor nível em três anos.

O ambiente externo instável impactou também as bolsas. Os principais índices de Wall Street fecharam em forte queda na véspera: o S&P 500 caiu 2,36%, o Dow Jones recuou 2,48% e o Nasdaq perdeu 2,55%. Setores de tecnologia e consumo lideraram as perdas, com destaque negativo para ações de empresas como Tesla, Nvidia e Amazon.

Em meio à turbulência, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções de crescimento global, reduzindo a estimativa para 2025 de 3,3% para 2,8%. Para os Estados Unidos, o crescimento previsto caiu para 1,8%, com risco de recessão estimado em 37%.

Especialistas alertam que o atual cenário — marcado por incertezas políticas, volatilidade cambial e tensão entre poderes institucionais — exige cautela por parte dos investidores. A combinação entre política monetária contestada e disputas comerciais eleva o risco sistêmico e reforça a busca por ativos mais seguros.

Imagem: Casa Branca